olá, como vai?
eu vou indo e você, tudo bem?
tudo bem eu vou indo correndo
pegar meu lugar no futuro, e você?
tudo bem, eu vou indo em busca
de um sono tranquilo, quem sabe
quanto tempo, pois é
quanto tempo?
me perdoe a pressa
é a alma dos nossos negócios
oh! Não tem de quê
eu também só ando a cem
quando é que você telefona?
precisamos nos ver por aí
pra semana, prometo talvez nos vejamos
quem sabe?
quanto tempo?
pois é, quanto tempo?
tanta coisa que eu tinha a dizer
mas eu sumi na poeira das ruas
eu também tenho algo a dizer
mas me foge a lembrança
por favor, telefone, eu preciso
beber alguma coisa, rapidamente
pra semana
o sinal
eu procuro você
vai abrir, vai abrir
prometo, não esqueço
por favor, não esqueça, não esqueça, não esqueça
adeus
TRANSVERSAL DO TEMPO
as coisas que eu sei de mim
são pivetes da cidade
pedem, insistem e eu
me sinto pouco à vontade
fechada dentro de um táxi
numa transversal do tempo
acho que o amor
é a ausência de engarrafamento
as coisas que eu sei de mim
tentam vencer a distância
e é como se aguardassem feridas
numa ambulância
as pobres coisas que eu sei
podem morrer, mas espero
como se houvesse um sinal
sem sair do amarelo
nos dias de hoje é bom que se proteja
ofereça a face pra quem quer que seja
nos dias de hoje esteja tranqüilo
haja o que houver pense nos seus filhos
não ande nos bares, esqueça os amigos
não pare nas praças, não corra perigo
não fale do medo que temos da vida
não ponha o dedo na nossa ferida
nos dias de hoje não lhes dê motivo
porque na verdade eu te quero vivo
tenha paciência, deus está contigo
deus está conosco até o pescoço
já está escrito, já está previsto
por todas as videntes, pelas cartomantes
tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
no jogo dos búzios e nas profecias
cai o rei de espadas
cai o rei de ouros
cai o rei de paus
cai não fica nada