na comovente impermanência deste torrão de terra,
cuja forma em terra tem a impredicável função de ser forma,
reconheço a proveniência das árvores, das folhas secas, das raízes, de mim,
do cabo da enxada, do ferro, do centro da terra, da obscuridade,
da luz do sol, do céu,
da atmosfera, da montanha, dos amigos,
vizinhos, do que desconheço e conheço,
do impensável, de tudo, de si mesmo,
reconheço a origem sem começo e sem fim da perpétua ligação
da influência mútua,
que tudo tem com tudo
manuel zimbro - torrões de terra