15/01/2013

oráculo perpétuo



live as if you were living already for the second time and as if you had acted the first time as wrongly as you are about to act now


viktor frankl

astrologia / 1 (português)

oráculo perpétuo

viver como se tal ocorresse já pela segunda vez e estivéssemos prestes a agir, no próximo instante, tão erradamente como agimos na primeira

viktor frankl


O QUE É UMA CARTA ASTROLÓGICA

um tema natal, horóscopo, carta do céu, mapa astrológico, como uma fotografia do céu, consiste numa representação gráfica bidimensional da posição relativa que os planetas do nosso sistema solar, mais o sol e a lua, ocupavam vistos a partir do ponto da terra e do momento do nascimento

nascimento de uma pessoa, de um animal, de uma empresa, de um país, de qualquer coisa que tenha, por assim dizer, entrado na vida naquele momento, como organismo independente

a importância deste facto para a astrologia assenta num princípio muito antigo, a chamada lei das analogias ou das correspondências oriunda da tradição alquímica e que como enunciado é quase simplista: o que está em baixo é igual ao que está em cima, mais conhecido pelo inglês as above so below

a afirmação é, de facto, simples, mas encerra uma ideia muito abrangente, que é a de que existe uma ordem universal, constatável a qualquer nível da realidade a que nos situemos, desde as grandes galáxias e estrelas até às mais pequenas partículas sub-atómicas

pertencemos a um imenso oceano de energia, a uma consciência global não localizada que se revê a si mesma em cada ser humano, sendo que cada um de nós não faz mais que cumprir, como instrumento, como centelha divina auto-consciente, a sua função neste gigantesco puzzle

tudo se encontra, assim, regido pelas mesmas leis universais e, nesta óptica, ao nascermos, nós reproduzimos, à nossa escala, o jogo de forças que se passava no universo naquele momento, transformando-nos no que poderíamos chamar uma espécie de micro sistemas solares

esta matriz inicial impregna-nos, é o nosso bilhete de identidade cósmico, e vai acompanhar-nos, dinamicamente, ao longo de todo o nosso processo de vida.


A DINÂMICA DO MAPA - LIBERDADE E CONDICIONAMENTO

uma carta natal não deve ser visto como um diagnóstico acabado daquilo que a pessoa é, ou vai ser, ele representa, antes de mais, um enunciado do potencial que cada um traz para a vida, composto de um património psíquico e energético universal

as diferentes escolhas que podemos fazer, na utilização desta matéria-prima representam a liberdade e responsabilidade que temos, como seres humanos, na condução das nossas vidas, são a margem de insondável, dentro da própria astrologia, que escapa a qualquer cartografia, ou esforço de pré-determinação

quero dizer com isto que é impossível olhar para um mapa e apenas por aí saber que tipo de expressão é que a pessoa a quem ele se refere vai dar ao potencial com que nasceu

podemos, sim, ter uma noção clara dos principais padrões (comportamentais, psíquicos, motivacionais) que a dinamizam, bem como das fases que poderá estar a atravessar -  a partir daí, lançados os dados, temos a vida na sua complexidade e variedade, como mistério a ser vivido por cada ser humano

o psiquiatra suíço c.g. jung dizia que a liberdade é a capacidade de fazer com prazer aquilo que tem que ser feito, exprimindo exactamente esta ideia, de que é pela aceitação, não resignada nem contrariada mas plena e incondicional, da vida, mesmo quando ela se apresenta contra os nossos desejos, que pode emergir um sentimento de serenidade e paz interior

conhece a lei, sê livre - numa expressão simples, de forma simbólica, alinhando a nossa vontade pessoal com a vontade divina, como uma e a mesma manifestação

há que deixar emergir o yin interno, a nossa receptividade e confiança mais profundas, para que o yang dos céus possa operar através de nós, conduzindo-nos

no fundo, uma outra forma de dizer que a inteligência, o amor, a sabedoria, o que quisermos, tal como a ignorância, o ódio, a obscuridade, não são nossos, não são de ninguém, eles fluem, através de nós

é comum em astrologia afirmar-se que o sábio é a pessoa menos livre do mundo, à luz dos nossos valores estritamente humanos e terrenos, porque pelo grau de consciência que o rege ele só pode tomar um único rumo: aquele que a vida lhe pede, a cada momento

neste sentido, quanto menos conscientes somos, mais nos afastamos mentalmente da sabedoria de cada minuto, mais se nos multiplicam, ilusoriamente, as alternativas possíveis, pela ignorância do nosso verdadeiro lugar e função

lugar e função esses que não se nos revelam por antecipação, mas exactamente a cada momento, quando sabemos nascer e morrer a cada instante

quase se poderia dizer que quanto mais nos interrogamos, menos sabemos

em contrapartida, quanto mais nos permitimos apenas ser, numa atitude de profunda atenção ao presente, mais nos encontramos


A INFLUÊNCIA DOS ASTROS E A SINCRONICIDADE

quando falamos da influência electromagnética dos planetas sobre a terra não se trata tanto de uma lógica de causa/efeito, em que estes estariam antes e desencadeariam uma acção sobre nós, depois, mas de uma sincronia universal, de uma simultaneidade: o que se passa na terra corresponde ao que se passa nos céus, como corresponde, também, ao que se passa em dimensões mais microcósmicas

partindo do mesmo princípio de que a realidade é um todo uno, integrado, e de que a mesma ordem rigorosa se materializa em qualquer das suas partes, então, se eu for capaz de descodificar uma dessas parcelas, posso tirar conclusões para outras, ou seja, ao analisar um mapa astrológico, posso obter informações sobre a pessoa a que ele corresponde (bem como, por exemplo, em relação à época histórica em que ela nasceu, e que a condiciona)

esta é, aliás, a lógica que preside a todas as chamadas artes divinatórias, seja a astrologia, o tarot, as runas, o i ching ou outras, com a diferença de que a astrologia tem um carácter simultaneamente estrutural e dinâmico: serve-se de uma matriz natal e da sua análise ao longo dos tempos

jung, no seu conhecido princípio da sincronicidade, segundo o qual existem coincidências significativas que escapam aos nossos modelos clássicos de causalidade, veio retomar, à escala da tradição cultural ocidental do século xx, esta velha ideia do universo visto como uma imensa respiração, um pulsar cósmico, unitário dentro da sua aparente variabilidade


A LEI DA RESSONÂNCIA

uma outra lei universal, taoísta, basilar na astrologia, a lei da ressonância vibratória ou da resposta subtil das energias diz-nos que energias com um determinado tipo de vibração atraiem, por ressonância, vibração de igual frequência, consonante ou dissonante

aplicado à vida humana, este princípio diz-nos que nós estamos permanentemente a dinamizar fora o que somos dentro, como faces da mesma moeda, ou seja, que pessoas, circunstâncias, acontecimentos dos mais variados, que compõem o nosso quadro de vida e a que habitualmente chamamos destino, são um reflexo directo, um prolongamento da nossa energia interior

nesta perspectiva, num plano terreno - admitindo que nos assista alguma autonomia na condução das nossa vidas - só podemos intervir de forma consciente no tão falado destino, ou alterar profundamente a nossa vida, transformando-nos a nós próprios

é frequente as pessoas dirigirem-se ao astrólogo, ou a alguém versado nestas áreas, em momentos em que se sentem mais perdidas, mais desesperadas, mais confusas, e há como que uma natural tendência humana para procurar alvos externos que sustentem o mal estar interior

esses alvos podem ser múltiplos: o marido ou a mulher, os pais, os filhos, os amigos, a família, o trabalho, a saúde, a cidade ou o país, a crise mundial, os maus espíritos, as (supostas) energias negativas, os próprios astros, etc

acontece, porém, que se tentarmos actuar sobre qualquer destes aspectos (mesmo admitindo que eles sejam moldáveis) sem que haja, em paralelo, uma efectiva transformação interior, passado algum tempo, com outros nomes, outras caras, vamos tender a recriar exactamente o mesmo tipo de situação conflitual que antes nos perturbava, um pouco como se a vida nos devolvesse, como um espelho, o nosso próprio equívoco, para podermos entender que qualquer verdadeira mudança é essencialmente um processo interno que se reflecte no exterior, e não o inverso

claro que isto é completamente diferente de sentirmos que estamos a atravessar uma profunda reestruturação interna e que, a certa altura, possivelmente, a realidade que até ali nos servia deixa de comportar aquilo que passámos a ser, como se já não coubéssemos, não encaixássemos, no quadro anterior

aí, podemos realmente proceder a alterações, radicais até, mas já não naquela tentativa vã de que estas acarretem uma mudança interior, antes, sim, pela constatação de que de facto algo mudou, de que estamos outros, e de que, a partir daí, se impõe mudar o cenário externo, em conformidade

em última análise, poderá considerar-se que tudo isto tem um carácter algo interactivo (há que saber esperar o tempo certo, deixar que a vida dê o primeiro passo) mas se algum sentido prioritário houver ele será de dentro para fora, não de fora para dentro, passe o equívoco que estes termos possam conter


A ASTROLOGIA COMO FORMA DE ACONSELHAMENTO

a astrologia pode funcionar como um instrumento de auto-conhecimento de grande utilidade, por duas vias básicas: por um lado, permite lançar luz sobre as áreas em que não nos conhecemos ou onde somos mais confusos e bloqueados, por outro, proporciona uma noção global do caminho não tanto sequer rumo a nós próprios (onde é que outro lugar poderíamos estar senão em nós?) mas enquanto reencontro - existe no corão uma expressão inspirada para este fenómeno: estamos todos a regressar

a astrologia explicita, de forma precisa, os tempos em que este retorno se desenrola: quando é que é suposto ganhar coragem e mudar, apesar das dúvidas, medos e ansiedade que eu possa sentir, porque a vida me pede isso? quando é que é suposto conviver com uma situação penosa – mas instrutiva - amadurecer, incubar, quando o primeiro impulso é fugir, esquecer, não querer ver?

michelangelo tinha uma expressão muito inspirada e humilde, em que dizia que no seu trabalho como escultor não criava nada, apenas retirava a pedra que estava a mais em formas que a própria natureza já continha

da mesma maneira, em astrologia, podemos afirmar que nós já somos, por essência, completos e perfeitos: o nosso processo de vida seria, então, como que uma gradual depuração de medos, bloqueios, mitos, ilusões, um despojamento de tudo o que impede que se revele essa essência original e eterna em que tanto podemos afirmar que somos um com todo o universo como o nada absoluto

faz parte dessa espécie de lastro a largar, a própria compulsão no sentido de fazer, realizar, atingir, lutar, por metas, terras prometidas, que nos projectam num futuro ilusório desvirtuando a vivência plena de um verdadeiro presente, onde tudo se passa


OCIDENTE E ORIENTE: PSICANÁLISE E REENCARNAÇÃO

falando de temporalidade, importa salientar que se podem definir, genericamente, pelo menos duas linhas básicas de abordagem do mapa astrológico

uma, mais mística, transcendente, assenta no pressuposto de que cada um de nós constitui uma centelha da consciência universal global, a ela pertencente, sem identidade própria (ou ego) para lá do mundo da fenomenalidade

neste sentido, na terra, somos apenas focos de consciência, oriundos de um passado colectivo que nos condiciona, destinados a desempenhar um papel neste imenso drama cósmico: captamos, à nossa maneira, uma parte desse oceano de energia feito de toda a experiência que nos antecedeu (o inconsciente colectivo de que fala jung) e pela nossa acção tornamo-nos co-participantes da construção do universo de que somos parte integrante

nesta perspectiva, não somos nós, enquanto consciência separada, ou ego, que vivemos noutro tempo ou lugar com outro corpo, (como é comum afirmar-se quando se fala da reencarnação) apenas transitoriamente emergimos como bolha de espuma desse oceano global para logo a ele retornarmos, sem memória pessoal a transmitir, apenas deixando como vestígio – samskara segundo a tradição hindu – as nossas acções – o tão falado karma - que nalgum outro tempo e lugar, produzirão efeitos, numa qualquer outra centelha de consciência, que não seremos nós, nem outros, apenas o mesmo todo reeditado numa partícula efémera

neste sentido, iluminar-se é tomar consciência da insubstância da individualidade, é tomar consciência da nossa inexistência como seres separados e da própria inexistência do tempo como entidade autónoma, para lá da consciência individual humana que o recria

da mesma forma, conhecer o nosso tema natal, nesta perspectiva, é conhecer a partícula de consciência universal que nos cabe exprimir no micro-segundo cósmico que é a nossa passagem sobre a terra

uma outra perspectiva, mais dentro dos cânones da nossa tradição ocidental, é uma linha de análise mais psicológica/psicanalítica, que encara o mapa astrológico como um registo onde se encontram presentes dimensões conscientes e inconscientes da personalidade, memórias, condicionamentos decorrentes do passado, arquétipos, mitos, imagens ancestrais das próprias figuras parentais e outras, que afectam, de maneira mais ou menos directa, a nossa forma de estar na vida a cada momento

em qualquer dos casos, temos sempre presente como base o pressuposto de que não vimos vazios para a vida, já contemos muita informação, seja de onde for que ela seja oriunda (do nosso código genético, do referido inconsciente colectivo, não importa) que nos faz desde a primeira respiração atraír, por ressonância, determinados processos e circunstâncias e não outros


O TEMA NATAL COMO TESTEMUNHO DE UNIVERSALIDADE

será talvez interessante referir ainda que a astrologia pode constituir, entre outros tipos de conhecimento, um dos que permitem de forma mais palpável e imediata testemunhar a igualdade entre todos os seres: de facto, qualquer habitante deste planeta, seja qual for a época ou lugar em que tenha nascido, tem um mapa astrológico que nas suas componentes essenciais é igual ao de qualquer um de nós - a configuração pessoal varia, porém, em todos existe uma dimensão representada pela lua, pelo sol, vénus, marte, etc

independentemente de se ser ou não cristão, quando se diz nas religiões cristãs – como em outras, de resto – que o homem é feito à imagem de deus, e que deus contém tudo, então, por analogia, podemos considerar que também nós contemos tudo, que há dentro de nós uma parcela de tudo o que existe no cosmos, do mais sublime ao mais obscuro

todos nós transportamos um património de memória colectiva inconsciente resultante de toda a experiência humana , ou outra, acumuladas, cabendo a cada um de nós reapropriar-se dele, recriá-lo, por forma a dar-lhe uma expressão única, individualizada. e, do fundo dessa consciência individual unificada, como referia ao princípio, torna-se-nos possível abrir para a constatação da nossa natureza universal: já não apenas a busca de um bem-estar pessoal, mas através e além dele, em congruência connosco próprios, cumpre-se a tão falada missão ou propósito da nossa existência, o nosso papel específico no referido drama cósmico


AS PREVISÕES EM ASTROLOGIA

uma última referência, apenas para clarificar a importância e o sentido da vertente previsional na astrologia na análise dos ciclos astrológicos importa incidir em aspectos de carácter qualitativo e não descritivo simples

é muito mais importante alertar a pessoa para o sentido profundo, para a possível intenção oculta por trás de cada situação de vida que ela se encontre a atravessar, do que propriamente informá-la sobre a natureza real, objectiva, dos acontecimentos com que se poderá deparar

para além do facto de esta última abordagem ser forçosamente muito falível, por muito experiente e intuitivo que seja o astrólogo, ela é condicionante e empobrecedora, porque se torna limitativa da margem de responsabilidade da pessoa sobre o desenrolar do seu processo de vida reduzindo-a à condição de espectadora de um destino predeterminado.

por outro lado, arriscar este tipo de previsão simples é pressupôr que os factos reais surtem o mesmo tipo de ressonância interior em pessoas diferentes, o que é manifestamente falso: um mesmo acontecimento tem efeitos e significações muito díspares para indivíduos diferentes e inclusivamente para o mesmo indivíduo, em momentos diferentes de vida

poderia acrescentar-se ainda aqui o fenómeno da indução dos acontecimentos: um pouco como na polémica sobre as previsões eleitorais, ao confrontarem-me com a eminência de uma situação, torna-se difícil avaliar se, posteriormente, a sua ocorrência efectiva se ficou a dever a um qualquer destino predeterminado, ou se teria sido o próprio facto de eu ter sido posto de sobreaviso em relação a ela que me fez, mesmo que inconscientemente, provocá-la

por tudo isto, astrologicamente importa sobretudo situar a pessoa em termos do momento presente do seu processo de vida individual e do desenrolar das suas etapas, numa perspectiva de compreensão profunda do ensinamento contido em cada experiência de vida, independentemente do facto real que lhe der corpo


O TAO QUE SE PODE NOMEAR NÃO É O TAO ETERNO

o mapa não é o território , expressão oriunda da neurolinguística, tornou-se, já, um lugar comum em astrologia

todas as linguagens e formas de conhecimento, por muito subtis que sejam, são sempre e apenas aproximações à verdade, visto que esta, em termos últimos, é intraduzível pela mente humana

neste sentido, e recorrendo às palavras de nisargadatta maharaj - um conceito só serve para nos ajudar a desalojar outro, depois devemos prescindir de ambos

da mesma forma, se a astrologia nos permitir um melhor entendimento de nós próprios e do que nos rodeia, ela cumprirá a sua função, como mapa, mas não poderá jamais substituir o território: a vida

por isso, depois de ouvir, esqueça! - deixe que este conhecimento actue em si sem palavras, sem símbolos, sem planetas, sem nada a não ser… ser



CINCO PALAVRAS DO VOCABULÁRIO BÁSICO DA ASTROLOGIA


ELEMENTOS

os quatro elementos, fogo, terra, ar e água, representam vibrações essenciais presentes na natureza e em cada ser humano

são como que a nossa química de base, os alicerces sobre os quais assenta a interpretação de um mapa, e que se encontram em diferentes proporções em cada um de nós, de acordo com a nossa configuração natal


SIGNOS

os doze signos zodiacais são como que a aura psíquica/energética da terra, um imenso depósito de memória e experiência colectivas

cada signo representa uma nuance da mesma energia universal solar que nos anima, associando-se a um elemento específico e, tal como este, tem uma representação variável no mapa de cada ser humano – definindo a forma particular como cada um se sintoniza com essa espécie de reservatório energético universal

todos contemos a totalidade do zodíaco no nosso mapa, em proporções variáveis para cada signo – não há franja da experiência humana que nos possa ser totalmente estranha


PLANETAS

chamamos planetas, por comodidade de expressão, aos corpos celestes mais significativos do nosso sistema solar (incluindo o sol e a lua) que se encontram situados no nosso tema natal de acordo com a sua longitude zodiacal (em um dos trezentos e sessenta graus do zodíaco, num determinado signo)

assim, é fundamental ter em conta, para lá da posição do sol – o nosso signo, na linguagem comum – a de todos os outros astros, que compõem esta espécie de drama celeste

cada planeta representa uma personagem, uma função psicológica, uma vertente da personalidade: pode ser a função mental, intelectual e da comunicação (mercúrio) dos limites e da estrutura (saturno), da expansão e dos valores (júpiter), etc.


CASAS

como o próprio nome indica, as casas astrológicas representam as áreas, os campos de experiência, como que os palcos onde esta tal peça, ou drama, vai acontecer

na astrologia hindu, as casas astrológicas eram vistas como as áreas do encarceramento da alma, sugerindo o quanto nos podemos perder no samsara das formas sentindo-nos distanciados da fonte primordial que, gráfica e simbolicamente se associa ao fundo branco sobre o qual o mapa é traçado

elas são doze, tal como os signos, e estão simbolicamente associadas a cada um deles, representando todo o espectro de experiência humana possível sobre a terra, e, à escala individual, as áreas para as quais cada um pode ser mais solicitado ao longo da sua vida

ASPECTOS

quadraturas, sextis, trígonos, oposições, conjunções, genericamente designados aspectos, são ângulos significativos de longitude zodiacal, entre os planetas e pontos simbólicos do tema, que estabelecem a sua dinâmica intrínseca, estrutural

podem ser, basicamente, consonantes ou dissonantes, assim determinando, pelo menos numa primeira fase de vida, a forma mais ou menos harmoniosa como cada um vai fluir com as diversas componentes do seu ser, no confronto com as circunstâncias de vida, e o próprio tipo de situações que tenderá a atraír

nuno cabral

astrologia / 2 (español)



INTRODUCCIÓN A LA INTERPRETACIÓN DE UNA CARTA ASTROLÓGICA


QUÉ ES UNA CARTA ASTROLÓGICA

un tema natal, un horóscopo, carta del cielo, mapa astrológico, es
una representación gráfica bidimensional de la posición relativa de
los principales cuerpos celestes de nuestro sistema solar, vistos
desde el punto de la tierra y del momento del nacimiento.

nacimiento de una persona, de un animal, de una empresa, de un país,
de cualquier cosa que haya, digamos, "entrado en la vida" en aquél
momento, como entidad independiente

así, puede decirse que un horóscopo es una "fotografía" del cielo del
nacimiento, aunque algunos planetas a veces sólo puedan verse desde el
otro hemisferio terrestre y otros no sean visibles sin telescopio

la importancia de este hecho para la astrología está basado en un
principio muy antiguo, originario de la tradición alquímica y también
de la filosofía griega, y que como enunciado es cuasi simplista: "lo
que está abajo es igual a lo que está arriba", más conocido por el
inglés "as above so below"

de hecho, la afirmación es sencilla, pero contiene una idea muy
amplia, que es la de que existe una orden cósmica, universal,
perceptible a cualquier nivel de la realidad que nos situemos, desde
las grandes galaxias y estrellas, hasta las más pequeñas partículas
sub-atómicas

pertenecemos a un inmenso océano de energía, a una consciencia
universal que se revela a ella misma en cada ser humano, y en este
sentido, cada uno de nosotros no hace nada más que cumplir, como
instrumento, como chispa divina autoconsciente, su función en este
enorme "puzzle"

todo está, así, regido por las mismas leyes universales y, en esta
perspectiva, cuando nacimos, reproducimos, a nuestra escala, el juego
de fuerzas que pasaba en el universo en aquél momento, transformándonos
en lo que podríamos llamar una especie de "micro-sistemas solares"

esta matriz inicial nos impregna, es nuestro "carnet de identidad
cósmico", y va a acompañarnos, dinámicamente, al largo de todo nuestro
proceso de vida


EL DINAMISMO DE LA CARTA ASTROLÓGICA – LIBERTAD "VERSUS" CONDICIONAMIENTO

es necesario insistir en este aspecto de dinamismo, que debe
estar presente en cualquiera interpretación astrológica: un tema natal
no debe de ser visto como un diagnóstico acabado de aquello que la
persona es, o va a ser, sino que representa, más bien, un enunciado de
potencial que cada uno trae para la vida, compuesto de un patrimonio
psíquico y energético universal

las diferentes elecciones que podemos hacer, en la utilización de esta
"materia-prima" representan la libertad y la responsabilidad que
tenemos, como seres humanos, en la orientación de nuestras vidas.

es el margen "insondable", que está más allá de la astrología misma,
que escapa a cualquier cartografía o esfuerzo de predeterminación

lo que quiero decir con esto es que es imposible mirar un mapa y
solamente por él saber qué tipo de utilización la persona
va a hacer de las energias con las cuales ha nacido.

podemos, eso sí, tener una noción clara de los principales patrones (comportamentales, psíquicos, motivacionales) que la dinamizan, y también de las fases que podrá estar pasando en su vida

desde ahí, "tirados los dados",tenemos la vida, en su complexidad y variedad,
como misterio a vivir por cada ser humano

el psiquiatra suizo c. g. jung decía que "la libertad es la capacidad
de hacer con placer lo que tiene que ser hecho", expresando
exactamente esta idea de que es a través de la aceptación de la vida
(no resignación o control, sino rendición plena e incondicional a
ésta) incluso cuando ella fluye contra nuestros deseos, que podemos
llegar a sentirnos bien

"conoce la ley y sé libre"- en una expresión sencilla, de forma simbólica,
"alineando nuestra voluntad personal con la voluntad divina, como una y la misma expresión"

el poeta austriaco, r. m. rilke, decia a otro joven poeta, "hay que vivir
todo!" - esta aceptación de la vida está, así, más allá del conflicto
y de la emoción (incluyéndolos), no aquen de estos – vivir sin
reprimir ni juzgar la vida, solamente fluyendo con ella, integrando
todo

hay que dejar emerger el yin interno, nuestra receptividad y confianza
más profundas, para que el yang del cielo pueda actuar a través de nosotros, conduciéndonos

finalmente, esto es una otra forma de decir que la inteligencia,
el amor, la sabiduría, lo que sea, justo como la ignorancia, el odio, la
oscuridad, no son nuestros, no son de nadie, solamente fluyen por
nosotros

se suele decir, en astrología, que el sabio es la persona menos libre
del mundo, según nuestros valores humanos y terrenales, porque por el
grado de consciencia que posee, él solamente puede elegir un camino:
aquél que la vida le pide, a cada momento

en este sentido, cuanto menos conscientes somos, más nos alejamos de la
sabiduría de cada minuto, más se nos multiplican las alternativas posibles,
por la ignorancia de nuestro verdadero lugar y función

estos tampoco se nos revelan con antelación, sencillamente surgen a cada momento, cuando sabemos nacer y morir en cada instante

casi se podría decir que cuanto más nos interrogamos menos sabemos

al revés, cuanto más nos permitimos solamente ser, en una actitud de profunda atención al presente, más nos encontramos


LA "INFLUENCIA" DE LOS ASTROS Y LA "SINCRONICIDAD"

en esta perspectiva de alineamiento de nuestra voluntad personal con el
ritmo universal, existe también en astrología, el concepto de una
influencia electromagnética de los planetas sobre los seres humanos en
la tierra, que ya ha sido muy investigado y es tan válido como esta
idea popular de la acción de la luna sobre las mareas

sin embargo, hay que tener en cuenta que lo que existe aquí no es
tanto una lógica de causa/efecto, según la cual los planetas estarían
antes y generarían una acción sobre nosotros después, sino de una
sincronía universal, una simultaneidad: lo que pasa en la tierra
corresponde a lo que pasa en el cielo y corresponde, también, a lo que
pasa en dimensiones más micro-cósmicas

con base en el mismo principio de que la realidad es una totalidad unitaria, integrada, y de que la misma orden exacta se materializa en cualquier de sus
partes, entonces, si yo soy capaz de descodificar una de esas partes, puedo
inferir y llegar a conclusiones sobre otras, o sea, al analizar una
carta astrológica, puedo obtener informaciones sobre la persona
correspondiente (igual que con, por ejemplo, la época histórica en la
cual ella ha nacido, y que la condiciona)

esta es, además, la lógica en el fondo de todas las "artes
divinatorias", como la astrología, el tarot, las runas, el i ching y
otras, con la diferencia de que la astrología funciona simultáneamente
a los niveles estructural y dinámico: la matriz natal y su análisis al
largo del tiempo

jung, en su conocido principio de la "sincronicidad" afirmaba que hay
"coincidencias" significativas que escapan a nuestros modelos clásicos
de causalidad, retomando, en nuestra tradición cultural occidental del
siglo XX, esta vieja idea del universo visto como una inmensa
respiración, una pulsación cósmica, unitaria en el medio de su
aparente variabilidad


LA LEY DE LA RESONANCIA

entretanto, por el hecho de hablarse, en astrología, de realidades muy
amplias, que nos transcienden mucho en dimensión física, ella puede ser
fácilmente vista como algo muy "externo", en esta perspectiva de que
nosotros estaríamos aquí un poco perdidos en la tierra, sujetos a los
designios de los astros, casi equiparados a dioses caprichosos

otra ley universal, taoísta, básica en la astrología, la "ley de
la resonancia vibratoria o de la respuesta sutil de las energías", nos
dice, sin embargo, que un tipo determinado de vibración atrae, por
resonancia, vibraciones de frecuencia igual, consonante o disonante

aplicado a la vida humana, este principio nos dice que estamos en
todo momento dinamizando "afuera" lo que somos "adentro", como caras
de la misma moneda, o sea, que personas, circunstancias, hechos de los
más variados, que componen nuestro escenario y a los cuales se suele
llamar "destino", son un reflejo directo, una proyección de nuestra
energía interior.

citando de nuevo a rilke, "lo que está adentro nos rodea" y jung decía
"la vida de un hombre es un retrato de él mismo"

en esta perspectiva, a un nivel más terrenal, sólo podemos cambiar
este famoso "destino", o cambiar profundamente nuestra vida
transformándonos a nosotros mismos

es frecuente que las personas busquen la astrología, o alguna de estas
áreas, en momentos en que se sienten más perdidas, más desesperadas,
más confundidas, y hay como que una "natural tendencia humana" para
buscar factores externos que puedan justificar el malestar interno

estos factores pueden ser muy distintos: el marido o la mujer, los
padres, los hijos, los amigos, la familia, el trabajo, la salud, la
ciudad o el país, la crisis mundial, los "malos espíritus", las
"energías negativas"…los astros…

lo que pasa es que si intentamos actuar sobre cualquiera de estos
aspectos (incluso admitiendo que uno los pueda cambiar), sin que haya,
en paralelo, una efectiva transformación interna, algún tiempo
después, con otros nombres, otras caras, tenderemos a recrear
exactamente el mismo tipo de situación conflictual que antes nos
molestaba, un poco como si la vida se revolviera y nos devolviera, como
un espejo, nuestro propio equívoco, para que pudiéramos entender que
cualquier cambio verdadero es esencialmente un proceso interno que se
refleja en el exterior, no al revés

claro que esto es totalmente distinto de uno sentir que está pasando
por una profunda restructuración interna y que, en un momento dado,
posiblemente, la realidad que hasta allí le bastaba, deja de comportar
aquello que a "pasado a ser", como si uno ya no cupiera en el cuadro
anterior

ahí, podemos en verdad introducir cambios, radicales incluso, pero ya
no en aquél tipo de actitud de vana expectativa de que éstos pudieran
generar un cambio interno sino por la consciencia de que de hecho algo
ha cambiado, somos otros, y, desde ahí, se vuelve imprescindible el
cambio del escenario externo

en un punto límite, se puede considerar que todo ésto tiene un
carácter interactivo (hay que saber esperar, dejar que "el universo dé
el primer paso") pero si algún sentido prioritario existe, será
desde adentro hacia fuera, no al revés


LA ASTROLOGÍA COMO FORMA DE ACONSEJAMENTO

en este ámbito, la astrología puede funcionar como un instrumento de
auto-conocimiento muy útil, a través de dos vías básicas: de una parte,
permite echar luz sobre áreas adonde no nos conocemos o donde estamos
más confundidos y bloqueados, de otra parte proporciona una noción
global del camino rumbo a nosotros mismos, y de los tiempos en que
este se va desarrollando: cuándo hay que ganar coraje y cambiar, a pesar
de las dudas, miedos y ansiedad que yo pueda sentir, porque la vida me lo pide?

cuándo hay que convivir con una situación difícil – pero instructiva – madurar, "incubar", cuando el primero impulso es huir, olvidar, no querer ver?

michelangelo en una expresión muy inspirada y humilde, decía que en su
trabajo como escultor no creaba nada, solamente quitaba la piedra que
sobraba alrededor de formas que la naturaleza misma ya contenía

de la misma forma, en astrología, podemos decir que nosotros somos ya, por
esencia, completos y perfectos: nuestro proceso de vida seria,
entonces, como una "limpieza" progresiva de miedos, bloqueos,
mitos, ilusiones, un desprendimiento de todo lo que impide que se
revele esa forma original y eterna en que podemos decir que somos uno
con todo el universo

forma parte de ese "lastre" a soltar, la compulsión misma en el sentido del hacer, realizar, conseguir, llegar, luchar, por metas, "tierras prometidas", que nos proyectan en un futuro ilusorio, desvirtuando la experiencia plena de un verdadero
presente, donde todo acontece


OCCIDENTE Y ORIENTE: PSICOANÁLISIS Y REENCARNACIÓN

hablando de temporalidad, es importante decir que se pueden definir,
en general, por lo menos dos perspectivas de interpretación de la
carta astrológica

una de ellas, más "mística", transcendente, está basada en el
presupuesto de que cada uno de nosotros es una chispa de la
consciencia universal, perteneciendo a ella, sin identidad propia (o
"ego") que esté más allá del mundo de la fenomenalidad

en este sentido, en la tierra, somos solamente focos de consciencia,
originarios de un pasado colectivo que nos condiciona, destinados a
cumplir un rol en este inmenso "drama cósmico"

captamos, a nuestra manera, una parte de ese océano de energía hecho de toda la
experiencia que nos antecedió (el inconsciente colectivo, de que habla
jung), y por nuestra acción nos volvemos co-participantes de la
construcción del universo de lo cual somos una parte integrante

en esta perspectiva, no somos nosotros, como consciencia separada, o ego,
que vivimos en otro tiempo o lugar, con otro cuerpo (como se suele
decir, cuando se habla de la reencarnación) sencillamente y
transitoriamente emergimos como ampolla de espuma de ese océano global
para luego volvernos a él, sin memoria personal a transmitir,
solamente dejando como huella – samskara, según la tradición oriental
– nuestras acciones – él tan nombrado karma – que en algún otro tiempo
y lugar producirán efectos, en una chispa de consciencia,
que no seremos nosotros, ni otros, sólo la misma totalidad reeditada
en una partícula efímera

en este sentido, iluminar-se es tomar consciencia de la insubstancia de la individualidad, es tomar consciencia de nuestra inexistencia como seres separados,
y de la inexistencia del tiempo mismo, como entidad autónoma, más allá de la
consciencia humana que le recrea

de la misma forma, conocer nuestro tema natal, en esta perspectiva, es conocer la partícula de consciencia universal que tenemos para expresar en el micro segundo
cósmico que es nuestra permanencia sobre la tierra.

otra perspectiva, más coherente con los patrones de nuestra tradición occidental, es una línea de análisis más psicológica/psicanalítica, que considera la carta astrológica como un registro adonde se encuentran presentes dimensiones conscientes y
inconscientes de la personalidad, memorias, condicionamientos
originarios del pasado, arquetipos, mitos, imágenes ancestrales de las
figuras parentales y otras que afectan, de una manera más o menos
directa, nuestra forma de estar en la vida en cada momento

en cualquiera de los casos, tenemos siempre presente el presupuesto de
que no venimos vacíos para la vida, ya contenemos mucha información,
sea de donde sea que ella tenga origen (en nuestro código genético,
en el inconsciente colectivo, no importa) que nos hace, desde nuestra
primera respiración atraer, por resonancia, unos procesos y
circunstancias y no otros

me parece que, en el límite, más que teorizar excesivamente sobre
estas cuestiones, es sobretodo importante que cada persona pueda
sentir, a través de la experiencia de la interpretación de su propio
mapa, se la información que este contiene es útil y relevante y
después, si lo desea, integrarla, libremente, en el sistema
filosófico, religioso o otro que sea el suyo


EL MAPA NATAL COMO TESTIMONIO DE UNIVERSALIDAD

es importante decir, además, que la astrología puede ser, entre
otras formas de conocimiento, una de las que permiten, de una manera
más clara y inmediata comprobar la igualdad entre todos los seres: de
hecho, cualquier habitante de este planeta, sea cual sea la época o
lugar adonde haya nacido, tiene un mapa astrológico que, en sus
componentes esenciales es igual al de cualquiera de nosotros

la configuración personal cambia, pero todos "tenemos" una luna, un sol,
un venus, un marte, etc.

independientemente de que uno sea o no cristiano, cuando se dice en las
religiones cristianas – como, seguramente, en otras – que el hombre
está hecho según la imagen de dios, y que dios contiene todo,
entonces, por analogía, podemos considerar que nosotros contenemos
también todo, que hay dentro de nosotros un fragmento de todo lo que
existe en la humanidad, desde lo más sublime hasta lo más oscuro y
denso

todos nosotros transportamos un patrimonio de memoria colectiva
de toda la experiencia humana acumulada, correspondiendo a cada uno de
nosotros apropiarse de él, recrearlo, para lograr su expresión única y
individualizada.

y, desde esa consciencia individual unificada, como había dicho al principio,
se nos vuelve posible despertar para la constatación de nuestra naturaleza
universal

en un sentido más común, cotidiano, la astrología permite que cada uno
se reconcilie consigo mismo, en todas las facetas de su ser, con
aquello que uno conoce y que no conoce, con aquello que nos gusta y
que no nos gusta, en el sentido de una auto-aceptación incondicional

no en una perspectiva pasiva o defensiva, sino de receptividad activa
y atenta a uno mismo

desde un punto de vista astrológico, la propuesta sería, entonces,
algo como uno conocer las estructuras fundamentales de este "ser
efímero", para lograr una utilización creativa, consciente y
individualizada de aquello con que uno ha nacido; aprovechando y dando
sentido a aquello que es más fácil de expresar, conociendo,
transformando y dando igualmente sentido a lo que es más difícil


LAS PREVISIONES EN ASTROLOGIA

una última referencia, sólo para aclarar la importancia y sentido de
la vertiente previsional de la astrología.

en el análisis de los ciclos astrológicos es importante enfocarnos sobre
los aspectos más cualitativos, no sobre los simplemente descriptivos

es mucho más importante alertar a la persona para el sentido profundo, para la posible "intención oculta" por detrás de cada situación de vida que ella esté
pasando que informarla sobre la naturaleza específica, tangible, de
los hechos que puedan surgir

de una parte, esta última actitud es muy falible, por muy experimentado
y intuitivo que sea él astrólogo, y además se vuelve condicionante y
empobrecedora, porque va a limitar la responsabilidad personal de
aquél que escucha en el desarrollo de su proceso de vida individual

uno se queda reducido a la condición de espectador de un "destino"
predeterminado, sobre lo cual poco hay que uno pueda hacer

de otra parte, arriesgarse uno a este tipo de previsión simple, significa
presuponer que los hechos "reales" tienen el mismo tipo de reflejo
interno en personas diferentes, lo que es claramente falso: un mismo
hecho tiene efectos y significaciones muy distintos en individuos
diferentes e incluso en el mismo individuo, en distintos momentos de
su vida

podría añadirse todavía aquí el fenómeno de la inducción de
ocurrencias: un poco como en la polémica sobre las previsiones
electorales, cuando me confrontan con la probabilidad de una
situación, se vuelve difícil saber si, más tarde, su ocurrencia real
ha sido debida a un cualquier "destino" predeterminado o si habría
sido el hecho mismo de yo haber sido avisado sobre ella que me ha
hecho provocarla aunque fuera de una forma inconsciente

por todo esto, astrológicamente es sobretodo importante situar la
persona en su momento presente, adentro de su proceso global de vida y
del desarrollo de sus etapas, en una perspectiva de compreensión
profunda de la enseñanza contenida en cada experiencia de vida –
agradable o desagradable – independientemente del hecho de que la
materialice



EL TAO QUE SE PUEDE NOMBRAR NO ES EL VERDADERO TAO

"el mapa no es el territorio" se volvió, ya, una expresión clásica,
incluso en la astrología

todos los lenguajes y formas de conocimiento, por muy sutiles y apuradas
que sean, son siempre y solamente acercamientos a la verdad, ya que ésta,
en él límite ultimo, no es traducible por palabras ni por la mente humana

en este sentido, parafraseando nisargadatta maharaj, "un concepto solo nos
sirve como ayuda para desenclavar un otro, luego hay que tirar los dos"

desde ahí, si la astrología nos permitir una comprensión mejor de nosotros
mismos y de nuestro entorno, ella cumplirá su función, como "mapa", pero jamás
podrá sustituir el "territorio": la vida

entonces, después de escuchar, olvídalo! deja que este conocimiento actúe en ti sin
palabras, sin símbolos, sin planetas, sin nada que no sea… ser


CINCO PALABRAS DEL VOCABULÁRIO BÁSICO DE LA ASTROLOGIA



ELEMENTOS

los cuatro elementos, tierra, fuego, aire y agua, representan
vibraciones esenciales presentes en la naturaleza y en cada ser
humano

son como nuestra "química" básica, los fundamentos sobre
los cuales se construye la interpretación de una carta y que se
encuentran en diferentes proporciones en cada uno de nosotros, según
nuestra configuración natal


SIGNOS

los 12 signos zodiacales son como el "aura psíquica/energética" de
la tierra, un inmenso depósito de memoria y experiencia colectivas

cada signo representa una variación de la misma energía universal
solar que nos anima, y se asocia a un elemento específico

tal como este, tiene una representación variable en la carta de cada ser humano
– definiendo la forma particular como uno se sintoniza con esa especie
de "reservatorio energético universal"

todos contenemos la totalidad del zodiaco en nuestro tema, en proporciones variables para cada signo – no hay tipo de experiencia humana que pueda ser totalmente extraña
para cada uno de nosotros


PLANETAS

llamamos planetas, por comodidad de expresión, a los cuerpos celestes
más importantes de nuestro sistema solar (incluyendo el sol y la
luna), que están situados en nuestra carta natal según su "longitud
zodiacal" (en uno de los 360 grados del zodiaco, en un signo
específico)

es, por eso, fundamental, tener en cuenta, más que la
posición del sol – "nuestro signo", en el lenguaje común – la de todos
los otros "planetas", que constituyen esta especie de "drama celeste"

cada planeta representa un personaje, una función psicológica, una
parte de la personalidad: puede ser la función mental, intelectual y
de la comunicación (mercurio), de los límites y de la estructura
(saturno), de la expansión y de los valores (júpiter), etc.


CASAS

como el nombre mismo indica, las casas astrológicas representan las
áreas, los campos de experiencia, como si fueran los escenarios donde
este teatro, o drama, va a ocurrir

hay doce casas, asociadas, cada una, a uno de los doce signos

simbolizan todo el abanico de experiencia humana posible sobre la tierra
y, a una escala individual, las áreas adonde uno se va sentir más empujado a intervenir y invertir energía, al largo de su vida


ASPECTOS

cuadraturas, sextiles, trígonos, oposiciones, conjunciones,
generalmente llamados los "aspectos astrológicos", son ángulos
significativos de longitud zodiacal, entre los planetas y otros puntos
simbólicos de la carta, que establecen su dinámica intrínseca,
estructural

pueden ser, básicamente, consonantes o disonantes, determinando así,
por lo menos en la primera fase de la vida, la forma más o menos harmoniosa
como uno fluye con cada parte de su ser, en la confrontación con las circunstancias de la vida e, incluso el tipo mismo de situaciones que tiende a atraer

02/01/2013

revolução




                                     




o que será? (à flor da terra)

o que será, que será
que andam suspirando
pelas alcovas?
que andam sussurrando
em versos e trovas?
que andam combinando
no breu das tocas?
que anda nas cabeças,
anda nas bocas?
que andam acendendo
velas nos becos?
estão falando alto
pelos botecos
e gritam nos mercados
que com certeza
está na natureza
será, que será?
o que não tem certeza
nem nunca terá!
o que não tem conserto
nem nunca terá!
o que não tem tamanho...

o que será, que será?
que vive nas idéias
desses amantes
que cantam os poetas
mais delirantes
que juram os profetas
embriagados
está na romaria
dos mutilados
está na fantasia
dos infelizes
está no dia a dia
das meretrizes
no plano dos bandidos
dos desvalidos
em todos os sentidos
será? que será?
o que não tem decência
nem nunca terá!
o que não tem censura
nem nunca terá!
o que não faz sentido...

o que será, que será?
que todos os avisos
não vão evitar
porque todos os risos
vão desafiar
porque todos os sinos
irão repicar
porque todos os hinos
irão consagrar
e todos os meninos
vão desembestar
e todos os destinos
irão se encontrar
e mesmo o padre eterno
que nunca foi lá
olhando aquele inferno
vai abençoar!
o que não tem governo
nem nunca terá!
o que não tem vergonha
nem nunca terá!
o que não tem juízo...

chico buarque de hollanda