22/11/2014

straub & huillet - cézanne







apresentar

antes de mais, no sentido de trazer ao conhecimento ou, se quisermos, de colocar em presença, no caso vertente, um património comum à humanidade - literatura, ideias, pensamento - e aqueles que acreditamos que dele poderão fazer uso, começando pelo povo, operários e camponeses

dito de outra forma, unir, organizar o encontro, partilhar quer a experiência quer o saber, considerando essa copresença, logo na rodagem, como uma definição possível da beleza

desde machorka-muff, os straub, danièle huillet e jean-marie, perseguem esta mesma ideia fixa

é a sua e nela se mantêm: o cinema como arte da apresentação, entendida enquanto aquilo que nos faz regressar à presença, daquilo que nos faz ampliar a consciência, a realidade de uma paisagem, a verdade de um texto sumido, a materialidade da sua língua, as vibrações dos corpos que o dizem, numa palavra, tudo o que nos permite aceder à universalidade

durante mais de 40 anos o seu projecto acompanhou-nos: o de uma arte pedagógica e social cuja radicalidade reside na sua intempestiva integridade, como uma forma única no mundo de crer em nós e, por consequência, de nos respeitar

patrick leboutte

(trad nc)